A pedagogia sempre sofreu influências sociais e políticas. Assim, com o passar dos anos desenvolveu-se diversos modelos pedagógicos, com a intenção de se chegar à uma educação mais efetiva. Desta forma, muitos modelos pedagógicos surgiram. Cada um sustenta-se a partir das especificidades teóricas em que foram desenvolvidos, e também de acordo com o contexto histórico em que se encontravam, o que os tornam distintos entre si. Essa diferença é notada nas concepções sobre sociedade, homem, educação, escola, ensino e aprendizagem. Também distinguen-se, pois desenvolvem metodologias próprias para a ação docente. Muitas delas vinculam-se com interesses elitistas e de poder, e outras defendem a boa educação das classes desfavorecidas.
O modelo tradicional se desenvolve numa sociedade capitalista, que dá ênfase a preparação do indivíduo para a vida social. Onde na escola, todas as pessoas eram vistas como tábulas rasas e todo o processo do conhecer, do saber e do agir é aprendido através da experiência. Assim, a educação gira em torno da perspectiva de prêmios e punições, sendo que as competições eram muito valorizadas. O ensino é igual para todos e a aprendizagem dependia do empenho de cada um, a mera transmissão é válida.
Alunos e professores ocupam lugares bem distintos, onde cada um tem sua função definida, numa relação de autoritarismo. Assim, o papel do professor é central (magistrocêntrica) sendo que este detém a verdade, sendo um modelo a ser seguido. Os alunos são os receptores de conhecimentos, não podendo questionar, somente interiorizar e assimilar o que lhe foi passado. Desta forma, assim o educando assume uma posição passiva no seu próprio processo de aprendizagem.
Não há valorização dos aspectos individuais, e muito menos uma preocupação com as características próprias de cada idade. A aprendizagem torna-se algo mecânico e reprodutor, sendo o treino fator determinante de aprendizagem. Aos aspectos ruins, há punições, notas baixas, e ainda recorrência aos pais; já para os aspectos positivos há premiações, estímulos e classificação de alunos.
SERÁ ESSA A EDUCAÇÃO QUE NOSSAS CRIANÇAS MERECEM????
A sociedade é o meio por qual nos desenvolvemos, sem ela e sem a interação social seria impossível evoluirmos, ela exerce um papel fundamental para o nosso desenvolvimento cognitivo. Somos uma espécie dependente, precisamos do semelhante. Necessitamos estar em meio relações interpessoais para sobreviver. "Quanto mais ricas as interações, maior e mais sofisticado será o desenvolvimento". O papel da escola é fazer com que os conceitos espontâneos que as crianças possue se desenvolva na convivência social, evoluindo para conceitos científicos. Cabe ao educador associar aquilo que o aprendiz sabe a uma linguagem culta ou científica para ampliar seus conhecimentos daquele que aprende, de forma a integrá-lo histórica e socialmente no mundo ou ao menos, integrá-lo intelectualmente no meio em que vive.
A aprendizagem acontece por meio de um processo de troca, que possui uma dimensão coletiva. Assim, o desenvolvimento mental somente ocorre quando o sujeito interage com objetos e sujeitos. Assim, um processo interpessoal é transformado num processo intrapessoal, ou seja, o aprendizado e o desenvolvimento ocorre de fora para dentro. Aulas interativas devem partir do que os alunos dominam, para após ampliar seu conhecimento. Assim, fica a dica ara que todos educadores reflitam sobre a educação, sabendo assim discenir qual é o melhor caminho a se seguir...
Josi Valença e Mari Musialowski
Referências sobre o assunto:
ARANHA, Maria L. Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo: Moderna,1996.
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